Korzus prestes a lançar novo disco, "Legion"

O Korzus é reconhecido e respeitado pela maioria dos fãs da música pesada nacional como uma das maiores instituições no estilo thrash do país. Enquanto nosso maior representante internacional, o Sepultura, mesclou, ao longos dos anos, elementos variados em sua música, o Korzus manteve-se firme às raízes agressivas e clássicas do thrash. Depois do super brindado e excepcional “Discipline of Hate” (2010), a banda lança (em escala mundial) nas próximas semanas seu novo álbum, “Legion”. Batemos um papo com Marcello Pompeu, vocalista da banda, sobre o lançamento e outros tópicos que envolvem o Korzus e a cena do metal nacional.



ReadytoRock - O Korzus estará lançando em breve “Legion”, sétimo disco de estúdio da banda, celebrando 31 anos de carreira. Lá em 1983, você imaginaria que a banda chegasse a este patamar?
Marcello Pompeu - Nunca bro, fico muito feliz com isso, saber que fiz da minha vida a minha paixão é muito legal.

RR - Eu considero “Discipline of Hate” (2010) a melhor produção do Korzus, pois além da tradicional qualidade das composições, o trabalho tem uma qualidade sonora fantástica. O que podemos esperar do “Legion”, em termos de musicalidade e produção?
Pompeu – Bom, eu acho melhor...mas sou suspeito.....(risos).

RR - “Legion” manterá a tradição da banda de incluir um faixa em português?
Pompeu - Sim, a faixa chama-se “Vampiro”.

RR - Qual a previsão de lançamento de “Legion”?
Pompeu - Dia 24 de outubro na Europa e Brasil, e dia 2 de novembro nos Estados Unidos.

RR - Nestas três décadas muita gente (onde me incluo também) considera o Korzus a principal banda de thrash tradicional (vamos dizer assim) do Brasil, respeitada e reverenciada por dezenas de bandas que fazem música pesada em nosso país. Como é se sentir referência para uma nova geração de músicos?
Pompeu – Bom, nunca pensei nisso, mas se for mesmo é uma grande honra saber que nosso trabalho estimula novos músicos, novas bandas, pois nosso objetivo é deixar a cena brasileira muito forte em todos os termos e seguimentos do metal. Estamos muito felizes como as coisas estão indo aqui no Brasil, vemos que nossa batalha não foi em vão.

RR - O Korzus esteve algumas vezes em turnês internacionais. Como é o hoje o mercado de shows, norte americano e europeu, para a banda?
Pompeu - Quando surge algo que realmente vai de encontro com nossas necessidades, e com a nossa visão do que é o melhor para o Korzus,  nós fazemos. Agora, se for papinho...mimimi....pegadinha, a gente tá fora bro. O Korzus não precisa de farelo porque já tem seu mercado aqui, se for pra ir pra fora, tem que ser bola 7.


RR - Em entrevistas há algum tempo você dizia que o crescimento da banda se deu pelo conceito adotado de tratá-la como uma empresa, onde cada membro teve sua responsabilidade definida. Este modelo continua funcional para a banda?
Pompeu - Sim, é isso que nos torna forte e acima de tudo.

RR - O Korzus teve lançada sua licença própria de cerveja, a exemplo de várias outras bandas nacionais. Essa aderência do nome da banda a outros produtos de marketing seria uma ferramenta para agregar mais visibilidade à divulgação da sua musica?
Pompeu - Não, simplesmente para explorar mais a marca e nosso nome. Cerva é negócio, metal é musica.

RR - Uma pergunta que sempre faço às bandas que entrevisto e não seria diferente com o Korzus. Como você vê o atual mercado de shows nacional, no tocante obviamente à seara do heavy metal?
Pompeu - Na música, especialmente a pop é uma merda, só tem música de ladrão e mina ligeira. No metal as coisas estão crescendo, a qualidade aumentando e banda boa tem público. Banda ruim, enquanto não melhorar, vai ficar reclamando. Isso faz parte, e o principal é que a renovação esta ótima.

RR - Você atua também como produtor e tem contato com muitas bandas novas. Algum nome específico que você vê como possibilidade de se tornar também uma grande banda do metal nacional?
Pompeu – Sim. A Nervosa, por exemplo, já é. A cena metalcore/hardcore está forte. A nova onda do novo thrash cantado em português está tomando uma dimensão fantástica. Tem também o Noturnall, Tierra Mystica, Terra Prima, Válvera, Jack Devil, Woslon, enfim, várias bandas fazendo barulho e movimentando muito a cena.

RR - Nem vou discutir sobre o impacto da tecnologia no mercado da música (pois é algo irreversível). Apenas questionar se a febre popular das redes sociais é uma ferramenta que ajuda de forma relevante o Korzus, na demanda de shows, por exemplo?
Pompeu - Você tem que se adaptar senão morre, e o Korzus também está adaptado ou adaptando-se, sei lá...Mas estamos ligados em tudo o que rola nesse sentido.

RR - Até onde você acredita que o Korzus se manterá forte e ativo? Vemos nomes como Black Sabbath e Judas Priest lançando discos maravilhosos, praticamente no final de suas carreiras, com seus músicos passando dos 60 anos. Claro que trata-se de estilos bem diferentes da música agressiva e enérgica que o thrash representa. Na sua visão, até quando nomes como Slayer, Kreator, Sepultura e Korzus poderão manter-se nesse padrão de música extrema?
Pompeu - Até (onde) a saúde deixar....(risos).....Todos nós vamos precisar dela para ir até onde ainda não imaginamos, nem que seja no inferno....(risos)


RR - Obrigado por sua atenção, e tenho certeza de que “Legions” será outra grande obra do Korzus, mantendo-o no topo do estilo no país. Fique à vontade para deixar alguma mensagem para nossos leitores.
Pompeu - Obrigado pelo espaço e se preparem - o “LEGIONS” está chegando pra abalar. Abraços a todos e fé no metal brasileiro, vejo vocês no mosh pit.



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